São aqueles que podem causar sérias enfermidades aos usuários de determinado espaço construído, tanto em seus processos de extração, fabricação, uso e pós uso. E ainda podem poluir o ar, a água e o solo (no caso do eucalipto autoclavado).
Amianto
O caso mais conhecido é do amianto, mineral cancerígeno, que aqui no Brasil já foi muito utilizado na fabricação de telhas e caixas d’água de fibrocimento. As fibras do amianto podem causar sérias doenças no sistema nervoso, no aparelho digestivo e na faringe.
Não é somente os trabalhadores que manipulam o amianto que adquirem estas doenças. Atinge indiscriminadamente quem lava as roupas dos trabalhadores, quem é abraçado por eles, aqueles que moram próximos a estas fábricas e o consumidor que adquire produtos à base deste material.
As doenças, quando contraídas, não têm cura porque o amianto não pode ser destruído por nenhum agente (calor, microrganismos e bactérias, ácidos, etc). Quando penetra no corpo humano pela respiração ou ingestão, não é eliminado pelos nossos anticorpos. A única forma de prevenir o aparecimento das doenças é não ter nenhum contato com o amianto.
É bom frisar (já faz algum tempo) que determinadas telhas e caixas d’água, compostas por fibrocimento, não usam mais o amianto em seu processo de produção. Algumas empresas já procedem desta forma, ainda bem.
Uma ótima notícia, diz respeito a proibição definitiva do amianto no Brasil. Por 7 votos a 2, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, dia 29/11/2017, proibir em todo o país o uso do amianto crisotila, usado na fabricação de telhas e caixas d’água. Até então, esse era o único tipo da fibra, “reconhecidamente cancerígena”, que podia ser comercializada no Brasil. A decisão dos ministros foi tomada para resolver problemas que surgiram após a decisão da Corte que declarou a inconstitucionalidade do artigo da Lei Federal 9.055/1995, que permitia o uso controlado do material. Agora, não há mais essa possibilidade.
Fica vetado, portanto, a extração, a industrialização e a comercialização do produto em qualquer Estado do país, não mais só naqueles que tinham leis estaduais que efetivavam a proibição, como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. E, segundo os ministros, o Congresso e os Estados não poderão mais aprovar leis para autorizar o uso da fibra.
PVC
O PVC (policloreto de vinila, usado em conexões hidráulicas e algumas esquadrias), por exemplo, é feito de chumbo (metal pesado, que se ingerido pelo corpo humano pode causar danos aos rins, sistema nervoso, entre outros), portanto não é um material recomendado. E ainda há um agravante: se pegar fogo, gera ácido clorídrico e dioxinas, substâncias altamente prejudiciais ao organismo humano, sendo esta segunda substância comprovadamente cancerígena.
Neste caso, do PVC, seu processo de fabricação o condena a não ser usado em uma construção cujos ocupantes conheçam seus perigos.
Metálicos
Todo material de natureza metálica (ferro, aço ou outro) deve ser evitado na estrutura de uma edificação, em lugares onde as pessoas permanecem por mais tempo (moradia ou local de trabalho), podendo ser utilizado em espaços de curta permanência (principalmente em ambientes de uso coletivo tipo restaurantes, clubes, estações de transportes coletivo e outros). Essa recomendação existe pois materiais metálicos possuem alta capacidade de absorção de ondas magnéticas e eletromagnéticas, deixando o ambiente que estão inseridos carregados ionicamente. Pior fica, então, se a estrutura metálica não estiver aterrada adequadamente no solo, e se no entorno da edificação, houver a presença de torres de rádio, TV ou celulares, que são fontes emissoras de ondas magnéticas.
Considerando estes dados concretos, materiais metálicos podem provocar desconfortos no organismo humano como dores de cabeça, alteração da pressão, podendo até, dependendo da intensidade e frequência que a pessoa é exposta a eles, causar algum tipo de câncer num determinado prazo.
Materiais Radioativos
São aqueles que contêm altos índices de radioatividade, podendo causar câncer nos usuários de uma edificação. Até mesmo alguns materiais naturais de construção, como a terra, dependendo do local onde forem extraídos, podem apresentar algum nível de radioatividade.
Granitos, mármores e calcáreos podem ser radioativos. Só é possível saber se um granito é radioativo por medição, mas há casos em que uma pessoa sente dor na cabeça, ou nos olhos, ao se aproximar de um granito radioativo. Cerâmicas petrificadas (com esmalte) também são radioativas.
Mármores e calcáreos são pouco radioativos por causa de sua natureza. São originários da decomposição de vegetais e animais, portanto são compostos por camadas desses sedimentos.
Há argilas radioativas. Os tijolos de terra com argila possuem mais radioatividade se cozidos a mais de 1000° C, e menos radioatividade se cozidos por volta de 800° C.
COVs
Um outro tipo de substância cancerígena, presentes em alguns materiais construtivos e de revestimentos, são os COVs. De acordo com o IDHEA (Instituto de Desenvolvimento da Habitação Ecológica – sediado em São Paulo-SP), COVs são:
“Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) são substâncias derivadas do petróleo (hidrocarbonetos aromáticos), oxidam na presença do ar e reagem com o calor. São agressivos à saúde dos seres vivos e a camada de ozônio. Encontram-se em solventes industriais, tintas (a maioria dos tipos), espumas em geral, colas de contato (de sapateiro) e também em esmaltes para unhas. Tíner, aguarraz, e produtos similares contêm COVs, que em ambientes fechados demoram de 6 meses a 1 ano para serem completamente eliminados (soltos no ar). São exemplos de COVs: formaldeído, xilol, benzeno, toluol, organoclorados, PCB (bifenil policlorado), carcinogênico, PVC e fenóis.”
De acordo com um estudo sobre COVs, realizado em Campinas-SP pela Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP, eles contêm agentes cancerígenos. Segue trecho do estudo publicado por esta faculdade.
“Alguns COVs são prejudiciais à saúde humana direta e indiretamente. Dentre os problemas causados diretamente, destacam-se os efeitos tóxicos, como irritação da mucosa e problemas hematológicos, hepáticos, renais e neurológicos. Nos compostos analisados, destaca-se o reconhecido potencial cancerígeno do benzeno em humanos.”
Eucaliptos Autoclavados
São venenosos pois foram tratados com cromo, cobre e arsênio (metais pesados). Em contato direto com o solo (fundação) envenenam lençóis freáticos e contaminam a terra. O eucalipto é retirado, em média, com apenas 7 anos de plantio, quando o correto seria 25 anos (com resistência natural). Sendo assim, com 7 anos o tronco sofre este envenenamento visando ganhar impermeabilização e resistência de modo artificial.
Se queimado, o eucalipto autoclavado libera gases altamente tóxicos no ar.
A melhor alternativa (mais rápida) para substituir o eucalipto nas construções é o bambu (os do tipo “Guadua”, de preferência), material certificado pela ABNT, que com menos de 5 anos já pode ser colhido e utilizado em estruturas.
Resumindo, é bom não usar os seguintes materiais, pois podem causar sérias doenças e poluir o ambiente:
- Amianto (não usar em hipótese alguma);
- PVC (possui chumbo e COVs);
- Metálicos (usá-los somente em espaços de curta permanência);
- Materiais com algum nível de radioatividade;
- Materiais com COVs;
- Eucaliptos autoclavados.
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