Define-se por englobar o planejamento e a concepção de paisagens sustentáveis ou urbanas. Neste primeiro tipo de paisagens, são utilizadas espécies vegetais, pedras, água e outros elementos da natureza para se compor um ambiente. No segundo tipo, mobiliários de praças, pontos de ônibus, orelhões e luminárias públicas, dentre outros, são exemplos de aparelhagem urbana que compõe determinada paisagem na cidade. Desenhos de pisos, para se reforçar determinados acessos de pedestres, também fazem parte deste referido âmbito.
Tudo isso para se trazer mais qualidade de vida (física e psicológica) às pessoas, seja em um ambiente com predominância de vegetação (parques, clubes), ou seja no âmbito urbano, com suas características de infraestrutura consolidada.
Dependendo do local e do uso a que for destinado, o paisagismo adquire, então, estas particularidades:
- Paisagismo Sustentável: de acordo com a engenheira agrônoma e paisagista Christianne Camarero Oliveira, de São José do Rio Preto-SP, ele “ promove a qualidade de vida das pessoas, minimiza os impactos ambientais, como poluição, aquecimento, umidade relativa do ar, assim como valoriza os imóveis. A prática da sustentabilidade estimula o uso de plantas adaptadas à região e referência seus respectivos biomas.
Nossa região é privilegiada por ser uma zona de transição do Biomado Cerrado e Mata Atlântica (no caso do município citado), o que amplia significativamente as espécies adaptadas.
Neste tipo de paisagismo há um equilíbrio de energia no sistema, ou seja, não é preciso adicionar nada ao sistema para que ele se mantenha. Um jardim sustentável ideal seria aquele em que depois de atingir um grau de maturidade não necessitasse de qualquer tipo de manutenção.”
Este tipo de jardim está de acordo com os princípios da agrofloresta, uma das vertentes da permacultura, onde as plantas agrícolas e as florestais convivem harmoniosamente, numa constante relação de troca que beneficia todo o ecossistema local, favorecendo seus desenvolvimentos (dispersão de sementes, troca de nutrientes e diversidade genética). A fauna presente, com certeza, agradece esta fartura.
- Paisagismo Urbano: de acordo com a arquiteta Walnyce Scalise, ele tem por objeto “os espaços abertos (não construídos) e as áreas livres, com funções de recreação, amenização e circulação, entre outras, sendo diferenciadas entre si pelas dimensões físicas, abrangência espacial, funcionalidade, tipologia ou quantidade de cobertura vegetal.” Esta mesma arquiteta frisa que o paisagismo, no âmbito urbano, possui as seguintes funções:
- Ecológica: a presença da vegetação, do solo não impermeabilizado e da fauna, com melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, água e solo;
- Social: relacionada com a possibilidade de lazer que essas áreas oferecem à população;
- Estética: diversificação da paisagem construída e o embelezamento da cidade. Importância da vegetação;
- Educativa: a possibilidade de oferecer ambiente para desenvolver atividades extra-classe e programas de educação ambiental à alunos;
- Psicológica: as pessoas, em contato com os elementos naturais dessas áreas, relaxam, aliviando seus estresses da vida cotidiana. Este aspecto está relacionado com o lazer e a recreação nas áreas verdes.
Vale aqui dizer que alguns municípios brasileiros já possuem o seu Guia de Arborização Urbana, elaborados pelas respectivas Secretarias de Meio Ambiente. Notícia que já é um bom indício no tocante a melhor sombreamento de calçadas, embelezamento de canteiros centrais de avenidas, precaução contra acidentes na fiação elétrica (escolha correta do porte da vegetação nas calçadas), dentre outras melhorias do tipo no âmbito urbano.
É importante ressaltar que, para se ter um detalhado projeto paisagístico em uma residência, ou qualquer tipo de empreendimento, deve-se procurar um profissional da área, podendo ser um arquiteto ou engenheiro agrônomo. Estes, por sua vez, mostrarão as diversas possibilidades espaciais, cromáticas e botânicas (espécies vegetativas) que o ambiente pode ter.
Fatores locais como tipo de solo, clima, luminosidade e uso paisagístico (diurno, noturno, em muros, pergolados ou mobiliários, dentre outros) determinarão a escolha das plantas e outros elementos no projeto. O que não quer dizer que este ficará limitado em termos de diversidade, como já foi dito.
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